13 de nov. de 2017

O MATADOR - CRÍTICA


Estamos vivendo a revolução do streaming. A Netflix (maravilhosa) tomou o mundo de assalto não apenas por conter um ótimo catálogo de filmes e séries, mas também por demonstrar excelência em suas produções originais.
O Matador é um bom filme, me arrisco a dizer que muito bom, tenho ressalvas à fazer sobre ele, mas o filme em si vale o tempo e diverte bastante. Então, se quiser assistir e depois voltar para ler a crítica, ótimo. Mas se quiser continuar para ter mais motivos para ver a produção, também é muito bem-vindo.

O filme é a primeira produção original brasileira da Netflix e se trata de um faroeste ambientado no sertão brasileiro, mais precisamente na Pernambuco do século XX, e conta a história de Cabeleira, um homem que foi criado por um ex-cangaceiro e após anos do sumiço de sua figura paterna, sai em sua busca e acaba encontrando uma cidade dominada por um magnata Francês, que acaba contratando Cabeleira como pistoleiro, isso faz com que o mesmo se torne um dos maiores matadores da região.


O longa é dirigido por Marcelo Galvão, que cumpre seu papel de forma competente. Sua direção tem bons enquadramentos, utilizando planos muito abertos para mostrar a vastidão e aridez do local onde a trama se passa. Outro fato que ajuda nisso é a fotografia, que é um dos pontos mais curiosos do filme. As cores utilizadas conseguem passar bem o calor do interior de Pernambuco e o diretos utiliza disso para criar planos belíssimos em algumas cenas, porém, em outras cenas vemos uma inconsistência na direção, mostrando enquadramentos pobres, que saltam muito aos olhos e deixam o filme com um aspecto menos cinematográfico e mais “novela de época”.

O roteiro também apresenta seus altos e baixos. No geral ele é bem fluido e dinâmico, porém, o foco cai em várias histórias distintas e nos apresenta vários personagens interessantes e marcante, que no fim não duram muito tempo em tela e acabam tendo seus arcos encerrados de forma brusca. Isso acaba reduzindo um pouco o ritmo do longa e tirando um pouco a atenção da trama principal, que é a história de Cabeleira. Apesar de tudo isso, estas tramas servem para amarrar o final, que é muito bom, mesmo sendo um pouco cliché e até previsível, o roteiro cumpre seu papel de construir uma visão palpável do sertão brasileiro, isso é de longe a maior qualidade do filme. Fugir da visão caricata do nordeste que muitas obras retratam e construir um ambiente crível tanto para os brasileiros quanto para um faroeste.


Quanto aos atores, no elenco temos nomes como Etienne Chicot (O Código da Vinci) e Maria de Medeiros (Pulp Fiction), porém o destaque fica para o próprio protagonista, Diogo Morgado, que consegue balancear a inocência e a violência em Cabeleira e transmitir o sentimento do personagem em poucas palavras.

O Matador é um bom faroeste, consegue divertir e prender o público em uma boa história. Tem personagens interessantes e a dose certa de drama e ação. Apesar das ressalvas, o filme é um excelente início para as produções brasileiras ganharem seu espaço nos serviços de streaming.


80%


Por: Rennan Gardini

8 comentários:

  1. Oi Rennan tudo bem?
    Eu acho muito legal ver filmes brasileiros ganhando espaço e ver como o cinema nacional tem evoluido para se tornar algo que supera as antigas historias por historias que apenas tinham interesse em propagar o sexo e violencia desmedia.
    Sobre O Matador, eu já havia ouvido falar mas não sabia que se tratava de um filme brasileiro e quase nada sobre o enredo e produção. Mas gostei bastante da premissa do filme e do quão bom parecem ser a evolução das personagens.
    Parabéns pelo post.
    Beijos.

    Fantástica Ficção

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  2. Hey!

    Que legal ver o avanço da Netflix. Mesmo que eu não seja adepta. #ADiferentona hahaha
    Amei o fato do filme ser nacional e se passar aqui na minha terrinha linda. E olhe, aqui é quente mesmo hahahqhq
    Vou usar a conta de uma amiga para assistir.

    Beijos!

    Blog Diversamente

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  3. Olá, tudo bom?
    Esse definitivamente não é meu estilo de filme, mas parece ser muito interessante! Eu adorei sua crítica, você comentou os pontos mais importantes do filme, de forma que até me deixou um pouco curiosa rs Beijos, Yasmim.

    Canal: https://www.youtube.com/blogliterarte/videos

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  4. Eu concordo que Netflix revolucionou, já vi produções deles boas e medianas, vou conferir essa tb. Parece ser das boas!
    Gosto muito de faroeste e valorizo uma ótima ediçao :D

    osenhordoslivrosblog.wordpress.com

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  5. Ei! Tudo bem?

    Sou apaixonada pela Netflix e adoro acompanhar todo esse crescimento. Gosto muito de suas produções originais, normalmente acho bom e me surpreendo com os temas abordados. Gostei muito da proposta que o filme aborda, adoro esse tema de faroeste, fico toda empolgada! Faz um tempo que não tenho entrado na Netflix por falta de tempo, mas devo entrar para poder dar uma conferida melhor nessa história!

    Beijos!
    http://www.as365coresdouniverso.com.br/

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  6. Olá, tudo bom? Adorei a sua resenha e os pontos positivos e negativos do filme. Fico feliz que, apesar dos altos e baixos, você tenha gostado do filme. Produções da Netflix costumam ser boas, e esse filme me parece bom para quem gosta do gênero, que infelizmente não me agrada muito.

    Beijos
    Amor Literário

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  7. Oii tudo bem?? Adorei seu post e todos os argumentos usados. A produção me pareceu boa, e o enredo interessante, mesmo tento altos e baixos creio que valeria muito a pena ver. Faz tempo que não vejo nada do gênero, ainda mais tratando-se de uma obra brasileira nada melhor que dar uma chance.
    Beijos

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  8. Olá!! Esse ano foquei em ler e acabei praticamente abandonando o "assistir" qualquer coisa.. mas sinceramente, acho que com uma dica assim é bem legal voltar a prestar atenção no que anda sendo feito. Meu problema com o nacional é que pra mim acaba parecendo uma versão reduzida de novelas, por causa dos atores carimbados, mas não parece ser o caso desse. Então obrigada pela indicação!! Adorei!! . Elisabete Blog Pretenses

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 renata massa